Assim como a chuva…

Celso Rodrigo
2 min readJan 29, 2021

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Amanheceu e observei as gotas na janela, a chuva ontem deixou seus rastros no vidro. Aos poucos as gotas evaporam, deixando apenas manchas pelo caminho.

Assim sou eu sem sua presença, apenas uma mancha que a alegria deixou de ser. Minha covardia me paralisa de tamanha forma, que não consigo chegar até você e expressar o que sinto. O medo de ser rejeitado ou visto apenas como um amigo impedem-me de lutar com todas minhas forças, para que eu chegue a fazer parte da sua vida. De longe, apenas contemplo sua alegria, seu olhar, suas palavras, fotos, seu cotidiano em geral.

Quisera eu poder exaltar a sua beleza, seu olhar penetrante que chacoalha todo o meu ser, arrepia-me imaginar o seu beijo como o porto seguro onde meu coração gostaria de fazer morada. Sonho ou delírio, ainda não sei, apenas queria que você coubesse em meu abraço. Todavia, novamente o medo anuncia em meus ouvidos que talvez eles não sejam capazes de comportar sua grandeza.

A sua liberdade me desperta admiração, o modo como expressa seus pensamentos sem essa barreira que me faz calar, faz com que eu me apaixone ainda mais pela mulher que é. A sua beleza é estonteante, capaz de me prender durante vários minutos ao olhar para suas fotos, guardando na memória cada traço de seu rosto e seu corpo, gravando em minh’alma o seu sorriso, os seus cabelos, os seus olhos, desenho do seu pescoço…

Confesso que é sua alma que me inspira essas palavras no papel, um espírito livre, forte, capaz de derrubar qualquer homem que enfrente essa grande mulher que é. Suas ideias, sua conversa, suas expressões fazem com que meu coração silencie, que minha respiração entre em pausa, apenas para não atrapalhar a conversa. Ah como eu queria que fosse minha, ou melhor, que aceitasse a estar comigo.

Mulheres como você não podem ser chamadas de minha por quem está ao seu lado, pois você não nasceu para ser de alguém, apenas para entregar-se. E entregando-se, o significado do pronome “minha” deixa de existir, já que você não é, nem pertence a ninguém a não ser a si mesma. Na entrega, apenas está. Está porque escolheu ficar.

Assim como a palidez do dia nublado, as gotas evaporando pela janela e o sol timidamente revelando todo o seu esplendor, quem sabe eu, aos poucos não perca esse medo e me achegue aos seus ouvidos, aos poucos, confessando o meu sentir.

Por hora, peço apenas que continue sorrindo, pois é seu sorriso que me ilumina os dias. É teu olhar que me alimenta e me faz descobrir quem sou.

Já anuncia a canção o pouco que expressei aqui:

“[…] Garotos como eu, sempre tão espertos, perto de uma mulher…

São só garotos […]”

Um beijo, com afeto.

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Celso Rodrigo
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Written by Celso Rodrigo

Não me leve tão a sério, sério!

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