Retalhos…
Saudades em te escrever, declarar o que sinto ao desenhar seus traços em meus pensamentos. No silêncio dos meus lábios, o eco do seu nome. No arrepio do meu corpo, o sussurro do seu toque.
Amar, talvez seja para os corajosos, aqueles que expõem o que sentem, sem medo do que irá ocorrer logo em seguida. Já eu, prefiro me encolher e observar de longe, admirar sua presença, agradecer sua existência em meus dias, nada mais.
Ao deitar essas palavras, enche-me o peito de vontade de gritar para todos ouvirem o que há trancado em minh’alma, mas a covardia ainda se faz presente e cala-me a voz. Platonicamente, prossigo minha estrada, olhando para a paisagem, admirando cada pedaço, mas sem coragem de esticar as mãos e tocá-la.
Quisera não ser assim, porém, o edredom virou retalhos. O tempo encarregou-se de remendar os pedaços. As costuras ainda exibem as marcas de cores juntadas e experiências vividas.
Somos retalhos juntados de um enredo ainda por escrever.
No eco do seu nome, sigo sonhando com a melodia das vogais, a harmonia das consoantes e com a sinfonia de nossos corpos, até o dia em que os retalhos sejam coberta capaz de te cobrir e te aquecer, sempre que precisar, sempre que pedir.
Um beijo,
Com afeto…