Sobre desistências…
“O que mata o futuro é o medo”. [Ouvi num filme]
Iniciar uma nova fase não é fácil. Tememos o desconhecido, aquilo que não foi planejado. Não é tarefa fácil. Redigi esse texto milhares de vezes em minha mente até que ele se fez presente nessas palavras.
Em tempo de reflexão, me pergunto o que houve no meio do caminho. Há muito o que gostaria de dizer, mas como confessei, acabo me perdendo em palavras quando seu sorriso me vem à mente. É pouco tempo? Provavelmente você como muitos digam que sim. Mas nossas almas se conversam como se conhecessem há anos. Muita coisa casa, pensamentos, playlists, planejamentos do que gostaríamos de fazer se houvesse alguém disposto ao nosso lado. Divergimos em gostos culinários, mas isso nem tem grande importância.
Li dias atrás que há pessoas que usam de sua liberdade para serem felizes apenas consigo mesmas. E não estão erradas. Encontraram a completude em si mesma. E não discordo. O mesmo texto dizia que devemos respeitar isso e seguir em frente.
Há que diga que devemos lutar pelo que queremos, mas já sei que é uma luta perdida.
A sua liberdade te diz que não é tempo de apaixonar, enquanto a minha grita em meus ouvidos que não devo me fechar e me entregar à loucura, mesmo se necessário. Caminhos opostos da liberdade. Medo? Há em ambas as escolhas. O medo de se machucar, o medo de que não dê certo, medo de que não seja o suficiente.
E daí?
Eu escolhi querer isso. Segurar a sua mão. Trazer alegria aos seus dias. Secar suas lágrimas e atender seu chamado quando sua voz falar meu nome.
A distância? A presença não respeita isto. Pessoas constantemente estão lado a lado, sem mesmo caminharem juntos. Ser presente não mede em metros ou quilômetros. O toque não se dá apenas pela pele na pele. Melhor são aquelas pessoas que nos tocam a alma com suas palavras. A excitação do corpo trêmulo por causa de um bom dia. Na realidade, qualquer que seja o teor da conversa, o corpo estremece. Já não se pertence, não se cabe em si. Extravasa de alegria pelo outro.
Há quem resolva se fechar para isto. E há quem resolva que deve se entregar, mesmo não medindo as consequências. Antes chorar por ter dado errado do que ficar pensando no que “poderia ter sido”. Idealizar apenas, paralisado pelo medo. Desculpa, não sei ser assim. Assim como você não sabe ser de outra forma. E ainda assim, admiro seu jeito de ser.
O tempo não é o meu. Compreendo que devo deixar de lado essa ideia insana e respeitar. Como o soldado, cercado pelos seus inimigos, é mandado soltar suas armas ao chão, assim deixo essas palavras. Como forma de rendição.
Me rendo à paixão silenciosa. Me rendo à sua liberdade.