Você, meu mar…

Celso Rodrigo
2 min readJun 1, 2021

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Cerrei os olhos por um instante, respirei fundo. Era necessário um intervalo para acalmar os pensamentos e trazer um pouco de lucidez ao turbilhão de ideias que ecoavam em minha mente. Fui até meu quarto, deitei em minha cama e abracei meus travesseiros, buscando o seu perfume, tentando trazer à lembrança o seu rosto e sua presença, essa que me acalma e traz tranquilidade em meus dias tumultuados.

Logo a saudade veio ao meu ouvido e sussurrou seu nome, me transportando ao passado, onde pela manhã, observava seu rosto enquanto dormia. Acariciava seu cabelo durante seu suspirar. O instante onde eu a aconchegava em meu peito, abraçando-a e apertando levemente e você se desenhava ao meu corpo, ajustando-se ao meu, continuasse em seus sonhos. Nesse breve delírio, soube o que era a paz e a calmaria diante do caos que a rotina me força a enfrentar constantemente.

Forcei-me a continuar de olhos fechados, gozando daquele espaço de tempo, onde minha alma levitava ante a nossa existência. Era como se você devolvesse direção aos meus pensamentos perdidos. Sua mão em meu peito trazia o sossego que meu coração ansiava. E a feição da minha face, de desespero, deu lugar a um sorriso tímido, mas cheio de serenidade.

Abracei meu travesseiro com mais força, sentindo não o tecido, mas a sua pele junto a minha. Era o que eu precisava naqueles segundos que aterrorizavam minha manhã. E por alguns minutos, meu espírito conseguiu descansar. Como se eu estivesse sentado à beira-mar, observando o oceano e suas curvas, sentindo o marulhar das ondas e levitando sobre a sua brisa leve.

O oceano, a sua presença. Você em meus braços, com toda sua imensidão e profundidade. Ah, as curvas! Sou suspeito em tecer algum comentário sobre elas, uma vez que minhas mãos puderam contemplar as maravilhas que tais curvas podem fazer com a mente de um homem. O marulhar, o seu suspiro enquanto dorme, mesmo sem dizer palavra alguma, faz com que minha mente medite possibilidades que não consigo explicar. A brisa leve, o seu rosto junto ao meu corpo, me fazendo esquecer quem sou, mesmo que por um instante.

Onde quer que esteja, obrigado pela paz que me traz, pela calmaria que me conduz…

Um beijo, com afeto…

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Celso Rodrigo
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Written by Celso Rodrigo

Não me leve tão a sério, sério!

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